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Blog da Família

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Alergia à lactose. Existe isso???

  • Foto do escritor: Paula Vereza
    Paula Vereza
  • 3 de jan. de 2021
  • 2 min de leitura


“PACIENTE COM ALERGIA À LACTOSE”. Estava assim escrito, como um cuidadoso alerta, em um prontuário médico.


Ouvir, ou ler, essa definição de um leigo me obriga à devida correção: a lactose é um açúcar e somente as proteínas podem desencadear uma reação de natureza alérgica; assim não existe alergia à lactose. E, por aí seguirão minhas explicações: alergia alimentar contra as proteínas do leite de vaca, não é a mesma coisa que intolerância à lactose, que também existe, como uma outra entidade à parte.


Ler essa informação em um relatório médico, ou ler esse diagnóstico inexistente em um prontuário, ainda me causa perplexidade: a lactose dos mamíferos é a mesma molécula. Além disso, açúcar não desencadeia reação alérgica, pois somente as proteínas têm essa capacidade. Reafirmando conceitos; existem duas situações: a alergia à PROTEÍNA DO LEITE DE VACA (APLV) e a INTOLERÂNCIA À LACTOSE.


Os mamíferos, inclusive o ser humano, tendem a perder com o tempo a produção da enzima lactase (enzima que faz a digestão da lactose: rompimento químico da molécula). Cerca de 25 a 30% da população perde essa competência a partir dos sete ou oito anos de idade.


A criança passa a sentir dor abdominal, náusea, gases em excesso e, às vezes, diarreia. Essa é a intolerância primária: geneticamente programada. Portanto, não tem nenhuma relação com o sistema imunológico. Por outro lado a APLV acontece devido à um “erro” de tolerância imunológica, em uma fase de imaturidade do bebê.

Por isso, geralmente tem início no primeiro semestre de vida. Também ocorre, em parte, como uma predisposição genética.

Já a intolerância secundária à lactose ocorre em qualquer doença do intestino, que cause agressão na sua mucosa (o sítio produtor da enzima lactase): como na diarreia aguda infecciosa prolongada, doença inflamatória intestinal crônica e a própria APLV.


Hoje existe a enzima lactase sintética de reposição, para quem interessa continuar a ingestão de produtos lácteos.

Curiosamente, a natureza, sabiamente, determina certa repugnância, entre esses indivíduos, aos alimentos ricos em lactose. Não sentem prazer nem mesmo com a ingestão da enzima sintética. E, para mim, sempre existirá um certo mal estar, ao ler esse termo enganado por uma confusão, que não tem lógica: “alergia à lactose”.


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